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espirito do tempo, MEDITAR, musica, novidade, oportunidade, viDA
Sou nascida e criada no Rio de Janeiro, mas hoje foi a primeira vez que peguei a linha 2 do metrô, dessa linda e triste cidade partida.
Reparo que de uns tempos para cá, quando vivo coisas novas, eu me sinto tocada. E isso é bom, ter sentimentos. Me sinto mais humana, menos máquina, mais de verdade. E é por isso, que cada vez mais tento coisas novas para enriquecer a minha vida. E viver novos caminhos, além de desafiador tem sido muito gratificante, sempre acabo sendo levada a descobrir o que eu não sabia, ou conhecer pessoas novas, e inevitavelmente, vejo a vida de um novo ângulo. Por isso, não tenho medo de mudanças, espero que venham sempre, estarei aberta para elas.
Sei que depois dos pesares poderia ser diferente, se eu não tivesse me imposto alguma disciplina como ferramenta para a liberdade. Poderia ter me tornado a maior deprimida de todos os tempos, ou até uma pessoa amarga, o que eu acho difícil, porque não faz parte da minha natureza. Mas, fato é que não tenho vontade de chorar há muito tempo, embora algumas vezes as lágrimas escorram de pura alegria, emoção, constatação da beleza do jogo da vida.
Hoje, domingo, de dentro de uma sala desconhecida, em um bairro que nunca havia ido sozinha, por conta própria, admirei das janelas as árvores antigas e majestosas, alguns pássaros, os telhados vermelhos das casas, e vi ao longe um avião cortando o céu azul e limpo, de um dia de calor apavorante. Tudo bem, teria ar-condicionado, durante o tempo que permaneceria ali. E eu fui me distanciando da paisagem e caindo dentro de mim. Dai comecei a cantar na cabeça “Coisas da Vida” da Rita Lee, como um mantra, e fui ficando cada vez mais feliz e emocionada. Um sorrisão de gratidão se abriu dentro de mim, uma esperança de bons acontecimentos na vida, uma certeza de não estar sozinha…
Um pouco depois disso, muita coisa deu errado. O ar-condicionado não funcionou e aquelas quatro horas foram sacrificantes, saí passando mal de verdade, um tanto antes do que eu deveria, mas já não estava prestando atenção em mais nada, só pensava em voltar para casa. A volta de metrô foi extremamente desconfortável, com muita gente falando, aperto, enjôo, mal-estar.
Mas, a sensação inicial prevaleceu. Continuei distanciada dos acontecimentos externos e aquele sorrisão permaneceu aberto aqui dentro.
E o que eu quis dizer com isso? Sabe quando você sente que algo ruim vai acontecer? Pois é…
To sentindo ao contrário de tão bom. Tem um sentimento de grande novidade no meu ar.
“…depois da estrada começa uma grande avenida,
E no fim da avenida, existe uma chance, uma sorte, uma nova saída.
Qual é a moral, qual vai ser o final dessa história?
Eu não tenho nada pra dizer, por isso digo;
Eu não tenho muito o que perder, por isso jogo;
Eu não tenho hora pra morrer, por isso sonho…
São coisas da vida…”